Acordei de manha com um raio de sol a bater-me na cara. Ao meu lado uma mulher que me ama e que faz tudo por mim e por nós. Estávamos a recomeçar… Era um dia triste porque íamos voltar a ficar separados.
Custou todo o caminho até ao terminal de partida. Custou vê-la entrar e levantar voo. Segui triste e com uma dor no peito de saudade.
Era um dia ocupado. Segui para o emprego sempre a pensar nela e no ultimo beijo que demos.
A meio da tarde em pleno almoço recebo a notícia. Sou um parvo de merda, um estúpido um autentico nojo de pessoa. Ela fazia tudo por mim e por nós e eu continuava a pensar em quem me tinha maltratado. Ela não aguentava mais todas as mentiras e tudo o que tinha escondido dela. Estava farta.
Voltei a odiar-me. Tentei agir com naturalidade. Terminei o meu dia de trabalho e em plena noite meti-me no carro e seguía para casa dos meus pais. Tinha uma dor de cabeça fulminante, a consciência pesado do nojo de pessoa que era. A dor e o sofrimento que lhe tinha causado não paravam de me atormentar o coração. E tudo isso por uma miúda mimada que nada fazia por mim. Tudo isso porque não conseguía esquecer uma miúda que apenas tinha duvidas e nada mais que isso.
O nosso coração e a nossa cabeça são complicados.
As dores, os olhos molhados das lágrimas, a falta de atenção fizeram com que o carro seguísse em frente numa curva e caísse por uma ravina. Morri. Agora estou só no meio de uma ravina onde nunca ninguém me encontrará. Sozinho como mereço ficar…